6 de maio de 2010

A caixa dentro da caixa (bastidores de Seis Lados)


Quando sentei para escrever “seis lados” queria fazer uma metáfora sobre as caixas existem fora e dentro de nós. O nome “Tuto”, dado ao personagem principal, foi uma homenagem a um grande amigo que trabalha como representante de embalagens.

A história tem um pé na escuridão, como a maior parte dos contos dessa minha nova fase. Ela retrata um personagem violento e afetado por problemas psicológicos e poderia estar em um filme de suspense.

É exatamente este ponto que eu queria chegar. Há umas duas semanas, estava em Florianópolis na companhia desse meu amigo. Chovia bastante, não havia muito o que fazer e decidimos ir ao cinema. Chegando lá, compramos duas entradas para o filme “A Caixa”. Ele até riu da coincidência de estarmos os dois vendo um filme que tinha um nome que fazia referência ao conto. Era o tema, o autor e o amigo que tinha emprestado seu apelido ao personagem no mesmo lugar.

O filme é baseado em um conto e a impressão é que teria sido bem melhor se tivesse sido dirigido por David Linch. A história é sobre um homem que bate à porta de uma mulher com uma caixa onde tem um botão. Ele oferece a caixa com a seguinte proposta: caso ela aperte o botão, recebe 1 milhão de dólares. Porém, uma pessoa no mundo morrerá. O excesso de suspense é tão grande que certos momentos provocam mais risadas que medo, mas uma parte foi impressionante: um dos personagens pergunta ao homem do botão o porquê de ser uma caixa. A resposta dele está no vídeo abaixo que eu fiz questão de baixar.



A semelhança com o que eu escrevi fez meu amigo se virar pra mim com um olhar assustado e talvez eu tenha feito uma cara ainda pior. Primeiro, me surpreendi com a semelhança quase literal. Mais tarde, fiquei preocupado com o que os leitores do texto iriam pensar. Fui rapidamente atrás da data de lançamento do filme no país e descobri que foi lançado 5 dias depois da publicação do conto. Ufa.

Neste momento, estou em busca do conto original. Já descobri que ele se chama “Buton, Buton” e foi escrito por Richard Matheson. Minha curiosidade agora é saber se a frase dita no filme existe na literatura e acabar com todo esse suspense.

Abraços,
Rodolfo.